Escrever uma Breve Historia do Reintegracionismo não é uma tarefa simples. Desvendar as chaves desta estratégia linguística, constituída com o passar do tempo num autêntico movimento social, tem inumeráveis riscos derivados da falta de estudos, da ausência dum quadro metodológico adequado, ou da necessária distância do historiador com o seu objeto de estudo.
Aliás, o presente trabalho tem uma clara vocação pedagógica, a caminho entre o trabalho académico e de divulgação. O nosso objetivo é estabelecer um quadro cronológico que proporcione uma perspetiva global, dum movimento com poucos trabalhos de carácter historiográfico.
Porém, antes de começar, cumpre fazer-nos a seguinte pergunta: Que entendemos hoje em dia por Reintegracionismo? O dicionário Estraviz definiu-o assim “corrente filológica que defende que galego e português são duas variantes de um mesmo idioma e que, portanto, se devem escrever igual”. Mas como veremos nas páginas a seguir, com o passar do tempo o reintegracionismo abrangeu diferentes ideologias e sectores sociais.
Assim, como qualquer movimento social ou político, os partidários da reintegração linguística elaboraram um discurso onde assentaram a sua legitimidade. Os seus defensores puseram em destaque como a unidade linguística entre o galego e português foi reconhecida tradicionalmente por toda a romanística. Como isto não fora objeto de discussão antes da década de setenta, e como a partir de então houve continuados desencontros entre os diferentes agentes do galeguismo.