O logocentrismo, ou preponderância da palavra versus teatro, é um velho debate que afunde as raízes numa recusa do corpo, herdada das religiões, principalmente das monoteístas: recusa-se mostrar ou exibir o corpo em movimento e relativamente a outros corpos. Não é gratuito que, até não há muito tempo, o teatro fosse considerado uma pseudoprofissão de chulos, putas e maricões, qualquer cousa que não requeria uma formação específica, séria e com regras. Ainda nos custa aceitar que pode ser uma profissão digna, para além da frivolidade desse prestígio que reporta a fama, via televisão ou cinema oscarizado por Hollywood.