Fernando Pessoa fez um contributo de singular importância para a teoria literária quando assegurou que o poeta é um fingidor. “Finge tão completamente/ Que chega a fingir que é dor,/ a dor que deveras sente“. Igor Lugris veste-se nesta entrega com as peças de Pessoa e com todo o detalhe dispõe os seus versos em torno a uma peculiar teoria do fingimento. Porém, esta a sua pretensão não é inócua. Igor Lugris sabe que sabemos. Sabe que o seu roubo é apenas uma citação para deslocar-nos precisamente onde ele nos quer: fora de contexto. (Tirado do prólogo de Teresa Moure)