Diario dos Mapas de Almudena Otero Villena é o trânsito evocador que se desenvolve como em círculos concêntricos desde a cidade à intimidade do eu. Um eu também em trânsito cuja identidade não se instaura num topos, num espaço mas na ressonância das fronteiras, do movimento, dos limites em transformação. E a Cidade, a Branca, no Norte de África, é a força matriz e motriz. O árabe, o espanhol, o tamazigh: a confluência de vozes que se interpelam numa memória fragmentada da infância. Os poemas são os signos de uma ferida e uma abertura pelas que se nutre a escritura. O deciframento e a reescritura é uma desordem da história pessoal, familiar e política, um sentido sem-sentido que convoca e evoca um outro tempo e um outro lugar mais originário do ser, fluindo além das estruturas, convocando as vozes originárias que se interpelam, diálogo interior que é oração e esconjuro, vazio e cisão, luz e ferida na geografia do corpo e os seus mapas e além deles, terra incógnita onde perder-se…e atopar-se?