Arreguíza-se diante de crueldades e injustiças, de correntes da ganância que aprofunda a desigualdade e condenaçom ao sofrimento a milhoes de pessoas. O escárnio agrava-se nos seres mas indefesos e desamparados, crianças e velhos que nem a nutriçom tenhem cobertas.
Outra referência do poemário é Moloch, identificado com Cronos e Saturno, deuses das trevas. Moloch devora os próprios filhos, gosta de sacrifícios humanos, especialmente das crianças, alimentando-se do sangue dos inocentes. Vingativo, praze-lhe provocar o pranto das maes ao roubar-lhes os filhos: simboliza a infâmia e crueldade do mundo actual.
A parte intimista de Gume de Navalha atinge a definiçom inefável, a impossibilidade, ou dificuldade, de formular conceitos, experiências que superem essa condiçom, integrando elementos intuitivos, oníricos, sombriços…, nom redutíveis a planos e critérios lógicos.
Estar, passar, transitar polo fio da navalha comporta enfrentar umha alternativa complicada: hemos optar por algo que nom nos convence, o que suscita dúvidas, receios. Os versos de Corral Iglesias instalam-se nesse fio, nesse limite.