Obra-prima do Modernismo, este é um dos romances mais celebrados de Virginia Woolf, considerado pela própria a sua grande obra.
«Que sinto eu sobre os meus escritos? - este livro, ou seja, As Horas, se é que terá este título? Devemos escrever com base num sentimento profundo,dizia Dostoiévski. E eu escrevo? Ou invento com palavras, amando-as como as amo? [Neste livro] Quero mostrar vida e morte, sanidade e insanidade; quero criticar o sistema social e revelar o seu funcionamento, em toda a sua intensidade.»
in Diário [19 de Junho de 1923], Virginia Woolf
Longa jornada para a vida; para Londres; para um dia de Junho, Mrs. Dalloway é um dos romances mais conhecidos de Virginia Woolf e uma obra-prima do Modernismo, que ajudou a inaugurar. A autora quis que este livro, de forma e estilo tão singulares, fosse uma reflexão sobre a loucura e o suicídio; o mundo visto pelos sãos e pelos insanos, lado a lado: pela anfitriã Clarissa Dalloway e pelo seu contraponto, o veterano de guerra Septimus Warren Smith.
Virginia Woolf considerou Mrs. Dalloway, publicada em 1925, a sua grande obra. Fascinante e insubmissa, trouxe-lhe agonia durante o processo de escrita, mas também propiciou uma descoberta: em cada uma das personagens, Woolf escava maravilhosas grutas das quais extrai precisamente o que quer - humanidade, humor, desespero; grutas essas que depois se unem e se iluminam no momento presente de uma festa de fim de dia.