PRÉMIO LITERÁRIO JAN MICHALSKI
Depois de Cai a noite em Caracas, romance premiado que catapultou Karina Sainz Borgo para um lugar cimeiro da literatura contemporânea, O terceiro país confirma uma escritora em pleno domínio da arte narrativa e da imaginação.
Angustias Romero e o marido fogem da peste, a caminho das montanhas e da ansiada segurança no país vizinho; levam, atados às costas, os dois filhos ainda bebés. À sua volta, apenas miséria, calor e poeira. Os gémeos não sobrevivem à viagem, e Angustias é abandonada pelo marido. Na fronteira, Angustias chega ao Terceiro País, um cemitério ilegal vigiado pela mítica Visitación Salazar. Contra a oposição dos barões da droga e da violência, a coveira garante aos sem-terra um último local de descanso.
É aqui que Angustias encontra finalmente lugar para os filhos. Determinada a ficar sempre perto deles, junta-se a Visitación na sua luta, num lugar onde a lei é ditada por quem empunha as armas, e o tempo é marcado pelas festas e os misteriosos brinquedos que alguém deixa na campa das duas crianças. O perigo e a violência ameaçam implodir a qualquer momento, esbatendo os limites entre a vida e a morte.
N’O terceiro país, história poderosa de fuga e esperança, Karina Sainz Borgo mistura com mestria o mistério e a realidade, a tragédia clássica e a narrativa contemporânea, confirmando a sua pertença à vibrante nova geração literária latino-americana.
Os elogios da crítica:
«Trata de gente que foge à miséria e à opressão. Com compaixão e sangue, escreve maravilhosamente.»
Francisco José Viegas
«O Terceiro País é um romance sobre a perda, sobre o exílio em tempode migrações, sobre as várias fronteiras, sobre o desespero - como, de certa forma, já o era também o anterior Cai a noite em Caracas. (...) Mas há também esperança nesta mistura, magistralmente escrita, de mistério e realidade, de arremedo de tragédia clássica mesclada com romance contemporâneo.»
José Riço Direitinho, Público
«Uma escritora que domina a linguagem de modo a extrair sensações que cheiram a podre e provocam náuseas; e que movimenta as personagens quase em câmara lenta, apesar do ritmo acelerado da história e da luta corpo a corpo nos diálogos talhados a golpe de faca. Não há aqui introspeções psicológicas, nem concessões líricas, nem realismos mágicos - ainda que haja uma poeira onírica a cobrir cada página.» - La Vanguardia
«Uma história de compaixão emocionante e dura, que coloca Sainz Borgo entre os poucos escritores que vão a caminho de ocupar um lugar de relevo no romance atual.» - El Cultural
«Karina Sainz Borgo revela aqui a sua condição de leitora de clássicos universais: Sófocles, Juan Rulfo e García Márquez reverberam em O terceiro país com a mesma intensidade que Faulkner.» - ABC
«Sainz Borgo arranca as palavras das vísceras mais secretas. O seu discurso é frontal. Não procura cúmplices e não tem medo do conflito. […] O terceiro país é uma epopeia de resistência e lealdade entre duas mulheres, num ambiente carregado de violência, guerrilha, narcotráfico e cemitérios clandestinos.» - El Mundo
«Karina Sainz Borgo tem o talento necessário para evitar a fantasia, o exotismo e a especulação […] sem renunciar a uma linguagem mestiça, natural e bem orquestrada, que cria um mundo só seu.» - Babelia