Às portas do cinqüenta aniversário do espectacular assalto e seqüestro do Santa Maria polo DRIL, a Abrente Editora publica no nosso idioma "A captura do Santa Maria. 24 homens e mais nada", um livro inédito da autoria do galego José Fernandes Vasques, comandante Soutomaior. Meio século depois de um dos episódios menos conhecidos da resistência galega ao fascismo resgatamos umha das iniciativas de maior projecçom internacional realizadas na longa noite de pedra: o primeiro seqüestro a nível mundial de um navio por motivos políticos. O seu valor reside na determinaçom de combater com as armas os regimes ditatoriais ibéricos seguindo o fio condutor da insurgência guerrilheira que durante anos fijo frente ao fascismo nas montanhas e cidades galegas na década de quarenta. O DRIL foi umha tentativa de promover a luita frontal, de carácter insurrecional, contra Franco e Salazar perante a passividade da direcçom do PCE que após liquidar a guerrilha em 1948 posteriormente nom duvida em aplicar em 1956 a pactista doutrina soviética da reconciliaçom nacional. Mas também por estar conformada por um comando basicamente galego-português, no que sem lugar a dúvidas é a primeira colaboraçom galego-portuguesa num operativo militar revolucionário. É o antecedente do que posteriormente foi o apoio que tivo entre sectores da esquerda lusa a Frente armada da UPG a meados dos setenta e o EGPGC entre a década de oitenta e noventa. Este livro está escrito como umha crónica dos acontecimentos desenvolvidos em Caracas nos meses prévios a Janeiro de 1961 que possibilitárom a Operaçom Dulcineia que culminou com o assalto do paquebote português. Mas também como um diário dos treze dias no que o DRIL converteu o Santa Maria no Santa Liberdade, e finalmente umha explicaçom e valorizaçom dos acordos atingidos com o governo brasileiro para a entrega voluntária do barco e a liberdade dos vinte e quatro combatentes.