Como dizia Manoel de Oliveira, o cinema não existe: constrói, fixa, conta histórias individuais e colectivas. Na era pós Big Brother, do imediatismo e do instântaneo, esquecemo-nos que a realidade não passa em directo: a História do mundo e do Homem é, há milénios, feita da arte de contar. Numa incursão que parte dos irmãos Lumière e percorre o século xx, este é o ensaio sobre um instrumento que conta as nossas histórias e nos permite pertencer à realidade dos seres e lugares filmados. Esta é uma viagem que nos nos junta a todos na mesma máquina do tempo e no desejo que o cinema cria e concretiza: querer voltar a casa, quando nos contam o real.