De que sentimos mais medo, no nosso quotidiano e de acordo com cada grupo social? Quanta da nossa insegurança corresponde a riscos reais? Serão os nossos receios proporcionais aos níveis de crime existente? Sabia que condutas como o adultério, a homossexualidade e a pornografia com adultos, a vadiagem e a mendicidade deixaram de ser crime em Portugal, enquanto passaram a sê-lo a importunação sexual, as atividades perigosas para o ambiente ou a discriminação racial e religiosa? Na verdade, as condutas que violam normas são bem mais generalizadas do que se possa presumir e atravessam todos os meios, mesmo os mais convencionais. Reais nos efeitos que produzem, o crime, a (in)segurança e a vitimização são fenómenos de contornos fugidios e de definição complexa. Este livro é uma porta aberta para este conjunto de fenómenos, as suas evoluções mais relevantes e as principais tentativas para os explicar.