Passaram onze anos desde que Salazar foi eleito «o maior português de sempre» num concurso da estação pública de televisão. Este episódio, como outros semelhantes, têm provocado fracturas na memória colectiva de um País que vive em democracia há quatro décadas. A história do Estado Novo e os sucessivos recontos do autoritarismo e da repressão parecem flutuar ao sabor das polémicas e da espuma dos dias. Quando os extremismos ganham novamente terreno na Europa, as singularidades de 48 anos de Estado Novo, mas também da Revolução que o aniquilou, são postos em perspectiva num ensaio alicerçado numa extensa pesquisa, que não esquece os testemunhos de quem por lá passou.