Um texto autobiográfico, tão comovente quanto surpreendente,
sobre o que é crescer sem mãe.
Lê-se como um romance mas é feito de vida.
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Finalista dos Prémios PEN Clube e Fernando Namora
Plano Nacional de Leitura
Literatura - 15-18 anos - Maiores de 18 anos
Perto de fazer quarenta anos, Hugo Gonçalves recebeu o testamento do avô materno dentro de um saco de plástico. Iniciava-se nesse dia uma viagem, geográfica e pela memória, adiada há décadas. O primeiro e principal destino: a tarde em que recebeu a notícia da morte da mãe, a 13 de Março de 1985, quando regressava da escola primária.
Durante mais de um ano, o escritor procurou pessoas e lugares, resgatando aquilo que o tempo e a fuga o tinham feito esquecer ou o que nem sequer sabia sobre a mãe. Das férias algarvias da sua infância aos desgovernados anos de Nova Iorque, foi em busca dos estilhaços do luto a cada paragem: as cassetes com a voz da mãe, os corredores do hospital, o colégio de padres, uma cicatriz na perna, o escape do amor romântico, do sexo e das drogas ou uma road trip com o pai e o irmão. Sem saber o que iria encontrar na viagem, o autor percebeu, pelo menos, uma coisa: quem quer escrever sobre a morte acaba a escrever sobre a vida.
Esta é uma investigação pessoal, feita através do ofício da escrita, sobre os efeitos da perda na identidade e no caráter. É um relato biográfico — tão íntimo quanto universal — sobre o afeto, as origens, a família e as dores de crescimento, quando já passámos o arco da existência em que deixamos de fantasiar apenas com o futuro e precisamos de enfrentar o passado. É também, inevitavelmente, uma homenagem à figura da mãe, ineludível presença ou ausência nas nossas vidas.
Finalista dos Prémios Literários PEN Clube e Fernando Namora.
Os elogios da crítica:
«Não há muitos livros assim nas letras portuguesas, que não escondem os seus propósitos nem temem a sua exposição. Narrativa que cativa, enérgica, intensa, sempre em movimento entre o passado e o agora.»
Visão
«Um livro perturbador, que fica colado à pele do leitor, escrito sem concessões.»
Fernando Alves, TSF
«Uma obra-prima. Escrito como um rio de palavras justas e com um tom encantatório.»
António Pedro Vasconcelos
«Uma obra pessoalíssima, na primeira pessoa até ao tutano, é um livro em que me revi ao virar de muitas páginas - revi experiências e silêncios, a dor da perda e o mistério da memória, revi o tempo e o país em que cresci, nessa primeira metade dos anos 80, quando Portugal já não queria ser o que havia sido mas ainda não era o que nem imaginava que viria a ser.»
Filipe Santos Costa, Expresso
«O luto em três atos, capítulo no meio deste texto que rasga os géneros, é das coisas mais dilacerantes e belas algum dia escritas para qualquer um que tenha perdido alguém. Da dureza da idade adulta às recordações mais distantes, atravessando os trinta e três anos desde a morte da sua mãe, Gonçalves constrói, sobre a sua história verdadeira, uma fábula acerca do sentido do amor e da perda, levando-nos a crer e querer o miúdo que, a meio da noite, se põe a rezar para fazer 'recuar o tempo'.» — João Tordo