Entre o delírio e a realidade, Miguel Real recria os segundos finais de uma vida irrepetível, evocando as paixões, fracassos e glórias do escritor mais importante da literatura portuguesa contemporânea.
No seu derradeiro minuto entre os vivos, um Saramago moribundo revisita oitenta e sete anos de uma vida comprometida com a denúncia da injustiça social e dedicada ao poder subversivo da literatura. Com Pilar à sua beira, e consciente do fim iminente, deixa-se visitar pelos seus fantasmas e enceta com eles um último diálogo, por vezes doloroso, mas sempre genuíno.
Do bisavô que não chegou a conhecer às personagens a que deu vida nos seus romances, passando pelos familiares e amigos que ajudaram a moldar um caminho que percorreu sem olhar para trás, recordam-se os momentos mais marcantes do serralheiro que foi empregado de escritório, que foi editor, que foi tradutor, que foi jornalista, que foi escritor, que ganhou o Prémio Nobel.
Num fio de consciência ininterrupto, oscilando entre o delírio e a realidade, Miguel Real recria os segundos finais de uma vida irrepetível, evocando as paixões, fracassos e glórias que preencheram a existência de um homem que nunca se esqueceu de onde vinha nem nunca duvidou de onde queria chegar.