Quando a Lei da Separação do Estado das Igrejas foi promulgada em Portugal, a 20 de Abril de 1911, a República, proclamada a 5 de Outubro de 1910, levava seis meses de efervescente existência. O que restava da família real, dizimada pelo regicídio de 1 de Fevereiro de 1908, estava disperso pelo exílio; jesuítas e religiosos estrangeiros tinham sido expulsos logo nos primeiros dias da República; algumas poucas figuras da corte, da política e da vida eclesiástica tinham-se exilado também. A maior parte ficara, e na sua maioria «aderira» à República: o cansaço era grande e pouca gente estivera disposta a bater-se por um trono de sete séculos que caíra quase sem resistência.