Utilizado como conceito matemático desde tempos imemoriais, cunhado como termo no século ix e, entretanto, elevado a procedimento computacional, o termo algoritmo prolifera hoje em múltiplas esferas sociais: das classificações escolares ou da gestão de recursos humanos ao crédito financeiro, do policiamento das cidades à tomada de decisão por advogados e juízes. Este ensaio analisa a vida social dos algoritmos e expõe a urgência de uma literacia sobre as tecnologias de Inteligência Artificial. O governo pelos algoritmos, a algocracia, estabelece novas e complexas dependências entre ciência, tecnologia, política e economia. Impõe-se a questão: a que riscos ficam expostos indivíduos e comunidades? Deve esta proliferação algorítmica ser regulada pelos poderes públicos? E em que termos?