Romance que encerra a Trilogia da Espera, iniciada com Zama e continuada com O Silencieiro, eis um dos apogeus da literatura sul-americana do século XX.
Um jornalista, figura egocêntrica, melancólica e pouco apreciada pelos demais, assíduo frequentador de cinemas e de encontros de boxe, é incumbido de escrever uma série de crónicas sobre os suicídios que têm ocorrido na cidade. Com Marcela, a fotógrafa, embrenha-se no seu trabalho de investigação, que tem tanto de policial como de ensaio antológico sobre esse acto misterioso e derradeiro, e acaba por se isolar quase masoquistamente na sua obsessão, com consequências para a sua vida familiar e amorosa: há mais de uma dezena de suicidas na família, incluindo o seu pai, que se matou aos trinta e três anos, idade que o protagonista está em vias de completar. À medida que a data fatídica se aproxima, uma questão torna-se premente: será o suicídio hereditário?
Romance que encerra a «Trilogia da Espera» — iniciada com Zamae continuada com O Silencieiro —, Os Suicidas, de Antonio Di Benedetto, prolonga, com a sua arte da precisão e da ironia, esse solilóquio narrativo que se propõe representar o mundo e a impossibilidade de nele viver, e que constitui um dos apogeus da Literatura do século XX.
Os elogios da crítica:
«[A escrita de Di Benedetto] em vez de impor uma superfíce constante e artificiosa consegue traduzir a forma ameaçada como vamos compondo as nossas observações, tentando oferecer uma estrutura, mesmo que precária, à nossa relação com o mundo em redor.»
Diogo Vaz Pinto, Jornal i
«Leitor ardente de Dostoiévski, Di Benedetto sentiu-se naturalmente compelido a escrever sobre estados extremos — obsessão, delírio, agressão selvagem.»
The New Yorker