Tão imaterial como o segredo de uma receita ancestral e tão material como o barro de uma tigela, o património alimentar traz para a mesa recursos e paisagens, usos, costumes e representações, integrando-se na identidade cultural de um país. No prato e à sua volta, recriam-se os saberes e sabores de tempos remotos de que cada um de nós é feito. Este ensaio propõe uma viagem pela diversidade do património alimentar de Portugal Continental, apresentada em ligação com o mar, a terra e a natureza, enquanto herança atlântico-mediterrânica, no quotidiano ou em ocasiões de convívio e celebração, com sopa ou caldo, temperos e pão por perto. Arrisca-se o esboço de um património tradicional, cujo contributo pode ser decisivo para a dinamização da economia e o desenvolvimento sustentável das regiões.