É uma evidência: por ser limitado em gente e recursos, Portugal dependeu sempre das relações com o exterior. Daí que seja importante questionar se, ao longo da história, temos seguido a estratégia mais eficaz para garantirmos uma boa inserção num mundo incerto. O presente ensaio aponta para um problema central na cultura estratégica portuguesa, que é a aversão ao planeamento sistemático. Falta-nos capacidade de análise, planificação e coordenação do conjunto dos meios do Estado para antecipar ou responder a ataques, crises, emergências. No entanto, ao contrário do que alguns defendem, um país como Portugal não só pode, como deve ter uma grande estratégia nacional, que articule sistematicamente uma visão do seu lugar no Mundo e tire o máximo partido das suas capacidades. É o que se propõe neste ensaio.