O regresso de Júlio Magalhães à escrita de romance. Uma extraordinária história de amor, coragem e esperança
António ficou fixado na fotografia que acabava de revelar. António de Oliveira Salazar cumprimentava um grupo de enfermeiras de partida para Angola. Todas sorriem do alto das suas fardas e do seu dever patriótico, mas há uma de rosto fechado, que olha olhos nos olhos ao ditador, numa postura tensa e de desafio. Quem seria esta mulher de boina verde que fechava o sorriso a Salazar?
António é incumbido pelo Presidente do Conselho de partir para a colónia portuguesa para se inteirar da situação real do país, em tempos de guerra. A desculpa é que iria fazer a reportagem fotográfica da digressão de José Oliveira, o grande cantor nacional, que tinha como objetivo animar as tropas portuguesas. Na comitiva segue também Cardoso Aranha, um agente da PIDE, que só conhece a força das suas mãos.
É em Angola que António se cruza com o rosto da fotografia e, descobre Catarina, uma jovem de boas famílias, que decidiu rasgar os planos que outros fizeram por ela e embarcar como enfermeira paraquedista para Angola. Aqui descobre uma realidade que não estava à espera. Só o amor a consegue salvar e fazer voltar a acreditar.
Júlio Magalhães regressa à escrita de romance, com uma extraordinária história de amor e coragem passada em 1965, um ano que marcou a viragem no curso da guerra colonial. Faltariam 9 anos para o fim do regime e para que o país voltasse a acreditar.