E foi ali, em Mossul, em noites de calor escaldante, moscas, cavalos e cães selvagens, que escrevi este livro.
Quando cheguei a Lisboa editei, acrescentei, organizei o texto, mas o lugar da escrita, o ponto de vista, a minha casa, foi ali, rente ao palco do massacre, na fornalha de Julho e da guerra.
O Estado Islâmico é, provavelmente, de todas as realidades do século XXI, a mais difícil de compreender.
Talvez um dos maiores desafios de sempre.
Nas regiões que controla é impossível entrar. Um jornalista só chega quando os jihadistas já partiram, ou foram aniquilados.
Chegando antes será ele aniquilado fisicamente ou, se não fisicamente, decerto como jornalista.
O Estado Islâmico é uma imagem que se desvanece quando lhe tentamos tocar.
Eu quis aproximar-me o mais possível.